De São Paulo para a América

Bruna Mendes



Copa Bridgestone Libertadores


A Copa Libertadores da América ou Taça Libertadores da América, cujo nome oficial atual é Copa Bridgestone Libertadores por motivos de patrocínio, é organizada anualmente pela Confederação Sul-Americana de Futebol, a CONMEBOL, e se tornou o grande evento do futebol na região da América do Sul. Uma competição com tamanha importância entrou para o alvo dos quatro times paulistas que foi atingido com êxito. Abaixo podemos recordar a final das conquistas mais recentes de cada um desses clubes, além de contar com relatos dos torcedores sobre como foi a grande conquista para eles.



PALMEIRAS





A edição de 1999 da Copa Libertadores da América foi a 40ª disputada ao longo da história.
O primeiro jogo das finais foi realizado no dia 2, em Cali, no Estádio Olímpico Pascual Guerrero, teve a vitória do Deportivo Cali, por 1 a 0. Na segunda partida o Palmeiras derrota, no tempo normal (2 a 1) e nos pênaltis (4 a 3), o Deportivo Cali, em uma disputa realizada no Estádio Palestra Itália, em São Paulo no dia 16 de junho. Sagrou-se campeão da Copa Libertadores pela primeira vez em sua história.
Apenas na segunda etapa o torcedor teve alívio, um pênalti é marcado aos 19 minutos, resultado: gol do Verdão! Mais tarde Oséas marca Palmeiras 2 x 1, o Palestra foi ao delírio! “Eu não pipocava em decisão. Nunca tive medo de decidir. Acho que eu sou um predestinado. O gol da Copa do Brasil e o da final da Libertadores estão entre os mais importantes da minha carreira. Fico arrepiado só de falar”, disse Oseás.  
Milhares de torcedores agarraram-se na esperança para assistir aos pênaltis que deixou os 32.000 presentes mergulhados na angústia. Por fim, o Verdão venceu e a América, pela primeira vez, tornou-se alviverde. Festa no chiqueiro!

"Eu sei que foi muito emocionante. Primeiro título jogando em casa e ainda foi decidido nos pênaltis. Quase infartei quando o jogador do palmeiras chutou a bola pra fora. Nossa! E só foi decidido no último gol que o goleiro do outro time foi chutar e foi pra fora, aí foi só comemorar (risos). Estava na casa da minha mãe com todos que são palmeirenses, uns com camisa, outros sem, saíram todos pra rua festejar. Lá na rua da minha mãe quase todos são palmeirenses. Imagina que coisa boa, foi uma das maiores emoções que vivi, muito legal, se fosse hoje daria pra registrar tudo." Lilian Perilo

"Se o Palmeiras ganha é uma satisfação! Se perdesse teria que ficar calado e aceitar... Nem sempre ele ganha, mas quando ganhou essa Libertadores foi só alegria." Antônio Guarino 







SÃO PAULO




A final da Copa Libertadores da América de 2005 foi a decisão da sua 46ª edição, disputada entre Atlético Paranaense e São Paulo, em 6 e 14 de julho daquele ano. 
No primeiro jogo da final, houve um empate em 1 a 1. No segundo, o São Paulo goleou por 4 a 0 e garantiu seu título com esplendor.
O primeiro encontro dos rivais aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre. Mais tarde se reencontraram no Morumbi, em São Paulo, fator importante para o Tricolor ter jogado com tanta raça e vibração.
Aproximadamente 71986 torcedores acompanharam a conquista do time. Tal jogo foi  dito como "o mais importante de sua vida", por Rogério Ceni, goleiro amado por toda a torcida. Vale ressaltar que o São Paulo foi o primeiro clube brasileiro a acumular três taças libertadores, feito digno do Majestoso!

"Quando houve o primeiro jogo estava muito apreensivo pois o Atlético Paranaense estava em uma boa fase e o São Paulo também, mesmo com os problemas internos. 
O jogo em si foi um sofrimento. Tivemos muita sorte que o empate veio em um gol contra. No segundo jogo eu estava no Morumbi e foi a maior experiência da minha vida, vendo o São Paulo com Rogério quase agarrando um pênalti desperdiçado na trave pelo Aloísio. Aí o Tricolor incendiou e veio o primeiro gol com o Amoroso, então já sabia que seria campeão. Minha voz acabou no segundo gol e foi só alegria, gritando e gritando. Saímos às 3h da manhã do Morumbi num jogo muito emocionante com o Tricolor aplicando 4x0. Até hoje se assisto os gols fico arrepiado." Arthur Pulzzi 


"Infelizmente não pude estar no Morumbi, mas minha casa estava cheia de São Paulinos, me senti no estádio. Quando começou o jogo estava em choque, mesmo tendo um time muito bom que, aliás, foi campeão do mundo logo em seguida. No começo abrimos o placar contra o Atlético, ali já fiquei mais ansioso do que estava, tinha até gente gritando "é campeão". No finalzinho do primeiro tempo, o árbitro dá pênalti para o Atlético, já sabe né, homenageamos muito a mãe dele (risos), mas enfim, vamos lá: torcendo e confiando no MITO Rogério Ceni, e não é que eles perderam o pênalti?! Bateu na trave e comemoramos como se fosse um gol nosso! Então acabou o 1° tempo. Vamos para o 2°, no começo fizemos o segundo gol, ali já estava soltando rojão! Mas tinha quase um tempo inteiro, sempre cantando e incentivando meu Tricolor. O Atlético dando uns sustos mas estava um pouco mais tranquilo por estar 2x0. Na metade do 2° tempo mais ou menos, abrimos 3x0, aí fui ao delírio, para mim já estava ganho aquele jogo, estava comemorando o nosso 3° título da Libertadores e no finalzinho fizemos o quarto, então só esperei o apito do juiz para sair gritando igual louco: É CAMPEÃO, É CAMPEÃO! Aquele dia vai ficar para história!" Marcos Taretti 

"Foi um dia muito importante pra mim, um dia antes do jogo eu já estava ansioso pois era a primeira final de libertadores que eu presenciava. Não pude ir ao estádio porque era muito novo, portanto ainda era o bebê da mamãe. Quando acordei estava muito animado e confiante pois o time do São Paulo naquela época era praticamente imbatível, possuíamos o melhor técnico da história do Tricolor paulista: Tele Santana. E para ajudar em tudo, a final era com o Atlético Paranaense, que apesar de ter um bom time na época nuca teve uma camisa tão respeitada e temida quanto a do SP. Começamos bem o jogo, como eu previa, com o Tricolor pra cima, e marcamos o primeiro gol facilmente, no final do primeiro tempo o juiz marca um pênalti duvidoso mas tínhamos o grande MIT0 no gol e isso me deixou mais tranquilo, o pênalti foi na trave e sabemos que o respeito pelo goleiro mexeu com o psicológico do atacante. No segundo tempo o São Paulo entrou com mais garra do que antes e assim marcou o 2°, 3° e o 4°. Comemorei muito e fiquei muito feliz por presenciar aquele momento, fiquei orgulhoso de ser Tricolor Paulista." Acácio Domingues 







SANTOS




A Copa Libertadores da América de 2011 foi a 52ª edição da competição de futebol realizada todos os anos pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). 
Foi disputada entre Santos e Peñarol. O primeiro jogo realizou-se no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, e o segundo no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, no Brasil. 
Numa reedição da final de 1962, o Peixe novamente superou o Peñarol após empatar sem gols em Montevidéu, e vencer a partida de volta em São Paulo por 2 a 1. 
Essa noite ficará guardada na memória de cada santista. A vitória num estádio cheio de torcedores com lágrimas nos olhos, ainda teve Pelé vibrando como se estivesse em campo. Foi a terceira taça Libertadores levantada pela geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso, dois grandes integrantes do time idolatrados por sua torcida apaixonada!

"Já fazia muito tempo que o santos não conquistava uma libertadores, desde a geração do Pelé e tal. Então na geração do Neymar e Ganso os caras ganharam a Copa do Brasil e fizeram uma campanha sensacional na Libertadores. E quando o Santos ganhou não era só um paulista e nem uma Copa do Brasil que sempre está brigando sabe, foi diferente, nunca tinha visto o Santos ganhar a Libertadores ao vivo, então foi ótimo. Na hora foi incrível, eu saí gritando e quase chorei. Ver a geração de antes crescendo é legal também, igual ao Danilo que está no Real Madrid e o Neymar no Barça, eu vi esses meninos novos, saindo da base, é legal acompanhar e ter visto isso." Kaio Santos

"O sentimento é difícil de explicar mas até me emocionei. Saí de carro com o meu pai gritando que era campeão e acho que essa cena vai ficar marcada em mim pra sempre, porque eu nem lembro do jogo, lembro da comemoração. Mas posso explicar o que senti falando que fiquei tão feliz, tão eufórico, que não consegui guardar só pra mim, precisava extravasar!" Guilherme Cruz 

"Cara, eu chorei né! Sou emotiva (risos). Eu gritei, chorei, achei que não ia mas foi! Muito lindo!" Larissa Barbosa

"A melhor sensação de um torcedor. O time que parou uma guerra, conquistando a América novamente." Fábio Barbosa






CORINTHIANS 





Em 2012 foi realizada a 53ª edição da Copa Libertadores da América, e após mais de trinta anos a competição voltou a ter um campeão invicto. 
Foi disputada entre Corinthians e Boca Juniors nos dias 27 de junho e 4 de julho. Na primeira partida, no Estádio La Bombonera, empate por 1 a 1. Jogando em casa o Timão entrou para o grupo dos campeões da Libertadores depois de vencer o Boca por 2 a 0 no Pacaembu. 
Eram mais de 35 mil vozes empurrando o time alvinegro para o título inédito. Essa vibração foi para o campo e aos 9 minutos do segundo tempo Emerson Sheik fez um grito de libertação ecoar pelo Pacaembu e deu a América ao Corinthians fazendo o segundo gol aos 28 minutos. 
A casa de tantas alegrias para o corintiano ao longo dos anos ganhou mais uma, talvez a mais inesquecível de todas. O único grito de campeão que faltava para o Todo Poderoso soltar ecoou no Pacaembu. A Libertadores de 2012 é do Corinthians, a grandeza do clube tornou-se do tamanho da América. "Que venha o mundo!"


"Chorei que nem um bebê (risos), foi demais, parecia um sonho! Emoções a milhão, não tenho nem palavras pra definir os meus sentimentos naquele momento." Rodrigo Marques 

"Eu chorei. Pra muita gente é  coisa besta, mas é muito gratificante depois de você acompanhar seu time por anos ver o quanto ele batalhou e conseguiu ter a primeira taça da libertadores. Nossa, foi uma emoção única. Sério, sem explicação!" Dandara Campos

"O Corinthians chegou no segundo jogo da final com muita esperança por ter empatado o primeiro fora, mas eu estava bem ansioso e com medo que mais uma vez não desse certo ser campeão do único título que faltava. Sempre vinha a cabeça o fracasso dos outros anos. Depois do primeiro gol parecia mais perto e depois do segundo já dava pra ter certeza que não ia ter jeito, dessa vez não ia escapar. O final do jogo nem consegui ver, era muita alegria e comemoração... Parecia mentira mas não era...demorei muitas horas para conseguir dormir mas foi uma noite muito feliz!" Leandro Guarino

"Então, essa Libertadores que ganhamos era um sonho que todo corintiano queria realizar. Foi muito bom, a adrenalina foi lá em cima, foi sensacional ganhar esse campeonato porque o Corinthians é um time que todo mundo gosta de falar, ele incomoda muita gente e até mesmo quem não é corintiano fala mais do Corinthians do que os próprios corintianos. Mas enfim, porque todo mundo que é bom incomoda, então o Corinthians é um time que incomoda, por isso as pessoas falam dele. E ganhar foi muito bom porque a melhor parte é você olhar pra cara dos antis e falar "E aí? Chegamos, ganhamos!". E não falta mais nada pra gente, isso que é o mais importante." Edione Sousa

 "Bom, eu fiquei o dia inteiro ansioso pro jogo, não parava de pensar, foi bem no meu aniversário, melhor presente. Antes de começar eu já estava gritando "Vai Corinthians!". Quando começou, parei e fiquei concentrado (risos), não conseguia pensar em mais nada. A bola ia chegando perto da área do Corinthians e dava desespero, com medo do Boca fazer gol. O gol do Corinthians não saía, nem reação eu tinha, então acabou o primeiro tempo e comecei a pensar "cadê esse gol que não sai?", dava mais desespero ainda. Começou o segundo tempo, coração batendo forte, e logo no início depois de uma cobrança de falta o Danilo toca pro Emerson pra ele fazer gol, nossa! Eu saí correndo e gritando como um desesperado na sacada da minha casa! Escutei o bairro inteiro gritando, me deu o maior ânimo. Embora estivesse mais tranquilo, ainda estava com medo do Boca virar, e irritado com as suas provocações. No final do segundo tempo o Emerson vai e me faz mais um gol, aí já era! Na hora acabei até chorando de felicidade, nem sabia como me expressar. O juiz deu o apito final e pronto, comecei a comemorar escutando os fogos de artifício, muita emoção." Marcos Vinícius

"Então, eu lembro que estava a família toda na expectativa, ansiosa, e resolveram assistir todos juntos. Montamos o telão no quintal pra todos poderem assistir direito, a família toda, todos corintianos... Menos o Beto. Quando o jogo começou todos ficaram nervosos e o Beto piorou gorando e zoando. Eu estava comendo os cantos das unhas de nervoso e minha amiga ficava batendo na perna. Quando saiu gol foi a maior bagunça, e quando o jogo acabou a bagunça foi maior ainda porque nós fomos para a Cohab comemorar no meio daquele bando de loucos!" Ranielle Barnete

"Nesse dia minha amiga me convidou pra assistir ao jogo na casa dela, o pessoal havia montado um telão, e meu primo acabou indo também. Lembro que estava muito nervosa, mais do que o normal, não parava de bater a mão na perna (risos), e tinha um São Paulino gorando o Corinthians no meio de um bando de corintianos! Mas essa praga sem dúvidas passou longe, a cada gol o grito de campeão chegava mais perto de sair, e saiu, ao apito final todos estavam em êxtase, comemorando demais, até liguei pra uma colega que era apaixonada pelo time como eu. Logo depois a mãe da minha amiga nos levou pra Cohab e a comemoração ficou completa, as ruas estavam nitidamente pintadas de preto e branco, repletas de felicidade e orgulho pelo título conquistado. "Seu sangue não pulsava mais em vermelho, mas em preto e branco", naquele momento, sem sombra de dúvidas, todos tínhamos sangue alvinegro pulsando incansavelmente pelas veias! Foi uma alegria que transbordou a alma de milhões de Loucos." Bruna Mendes 

"Todo torcedor que se diz fanático pelo Corinthians já passou e ainda vai passar por muito sofrimento, isso é clássico pra quem tem o sangue preto e branco. Na libertadores, o campeonato mais difícil na minha opinião, não seria diferente, pois se não for sofrido, não é Corinthians! Levo esse amor pelo meu time com tanta seriedade que em todos os jogos do campeonato eu fiquei tenso, principalmente o jogo contra o Vasco, onde o Cássio (goleiro) faz milagre e o Paulinho (volante) me deixa rouco de tanto gritar gol. Antes do título nós sofremos muito com brincadeiras a respeito de nunca ter ganhado a libertadores, pois diziam que tínhamos 100 anos de existência e não fomos capazes de erguer uma taça na competição. Mas todo conhecedor do esporte e do campeonato sabe que a libertadores não nasceu junto ao Corinthians, só teve sua existência em 1960, já o Corinthians em 1910, e a conquistamos em 2012, ou seja, foram 52 anos em busca pelo título na verdade e da melhor maneira possível, invictos! No dia em que tudo foi decidido eu assisti na casa da minha vó com minha família e amigos, 30 corintianos numa sala pequena vendo o jogo numa TV de 29 polegadas. Ao sair os gols e ver o tempo chegando ao final não tinha como segurar a emoção, afinal, era a conquista da taça tão desejada por muitos anos; passamos a noite comemorando. Há quem diz que as festas de fim de ano não se compararam a festa feita pela torcida do Corinthians, os fogos de artifício e rojões não pararam de estourar nem no dia seguinte, foi fora do normal, ninguém dormia. Uma emoção como essa só é sentida por nós, pois ser Corinthians é ir alem de ser ou não ser o primeiro, é mais que um caso de amor, mesmo na alegria ou na dor. É uma religião!" Bruno Sena 




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